Eu to aqui, vazio. Oco. Parado. Às vezes acho que o mundo me acompanha, mas eu sei que não posso ser tão ingênuo assim. O mundo é nefasto e me ignora enquanto eu to aqui parado. Sentado, vegetando. Eu sei, eu podia ter feito coisas grandiosas, eu sei que o mundo poderia se beneficiar do meu intelecto, eu sei de tudo isso. Mas porque eu iria beneficiar algo que me é totalmente alheio? Eu não controlo o mundo. Eu não vejo o mundo e o mundo não me vê. Eu penso coisas e eu acho coisas, coisas que as pessoas “normais” dizem que não existem por conveniência. Simplesmente por saber que tem certas coisas que nós não podemos explicar. Porque, quando se assume que o ser humano é tolo e o mundo é tolo e eu sou tolo, as coisas perdem força. Afinal, a verdade é que as pessoas nascem de acordo com as normas, quase nunca tentam algo novo. E se tentam, não se iludam, é algo velho que foi modificado só pra suprir a necessidade humana de mudança. As coisas realmente novas são avaliadas pelos “juizes” da nossa querida sociedade de consumo. Se, e somente se for algo vendável eles deixam passar, mas se for algo complexo demais para as massas, eles repudiam e nos trancam em quartos escuros. Vazios, ocos e parados. E nós entramos em estado vegetativo, e tentamos nos adequar sem sucesso ao imenso conglomerado que é a cultura de massa. E ficamos esperando o mundo nos levar. Mas o mundo, para pessoas como eu, é como um mar calmo, sem brisa nem correnteza... eu fico lá, sentado numa canoa no meio do nada, esperando chegar numa margem qualquer.
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Inspirado num senhor que costuma conversar com as pessoas que esperam ônibus do lado dele...
2 comentários:
???
Não tem nada haver comigo não, na verdade... Tava eu lá, no ponto esperando o buzú e me aparece um velhinho me contando a história da vida dele... É essa história ai, um pouco mais rebuscada... Ele disse que era arquiteto, mas aconteceram alguns problemas na vida dele e tal... Enfim, tava inspirada ontem, hehe...
Acho que ele tinha mal de parkinson...
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