"Durmo e acordo sem me mexer. Minha cabeça tem um zumbido estranho. Meu coração não pára de doer. Estou morrendo."
"Calma, a morte ainda não o alcançou, você só está ocioso."
"Ocioso!? Seu médico xinfim! Profissionalzinho de araque. Filadaputa!!! Como eu pago uma consulta cara dessas pra você, seu bunda suja, me dizer que eu tô ocioso!? Eu trabalho naquele escritório seboso todo dia, me torturo pra pagar as contas do mês, e você me diz que eu tô ocioso... Diz pra mim onde cê comprou seu diploma, que eu quero um pra mim também."
"O senhor faz alguma atividade física prazerosa?"
"Não tenho tempo pra isso..."
"O senhor escreve? Exercita a sua criatividade?"
"Meu primeiro exercício criativo foi achar que o senhor ia me ajudar com o meu problema, doutor..."
"Vou lhe indicar um psicossomático leve e te dar o numero de um psicologo amigo meu."
"Qual é!? Virei maluco foi? Caralho, agora que eu vou virar médico mesmo."
"Senhor, de acordo com meu diagnostico visual, o seu problema é psicológico."
(...)
É chato quando alguém te interrompe quando você está escrevendo né!? Quem escreve sabe... Demora horas, dias, semanas (no meu caso) pra você chegar num ponto inspirado, e quando você o atinge, chega o cara que vai instalar a linha telefonica, ou o telefone toca, ou você fica com vontade de ir no banheiro... Isso quebra a criatividade. E eu preciso escrever. Se eu quiser ser um escritor e ganhar para fazê-lo, eu preciso escrever. E, infelizmente, eu não tô conseguindo.
Fiz um livro. Foi bom, tive de fazer mais tiragens. Me encomendaram outro. Fiz. "Superou expectativas", dizia a crítica. Agora tô empacado no terceiro. Aqui, com toda a facilidade do mundo, alcool e nicotina a mão, não sai nada que valha a pena. Mas também, nesse mundo de merda, quem é que vai ler o que eu tô afim de escrever!? Eu quero falar do jeito que todo mundo vai morrer daqui a 50 anos, do jeito que a Terra vai cagar a gente e como a gente vai descer ladrina abaixo no espaço sideral! Mas quem quer saber de morte!? Todo mundo só quer saber de vida, a linda vida que aparece nas telenovelas: típicas de quadrados semióticos.
Na verdade, quem inventou o quadrado semiótico (acho que foi o Greimas) é um belo de um filadaputa. É verdade, só pra facilitar a vida desses escritoreszinhos de merda, que colocam amor e ódio em cada ponta do quadrado e nem se importam com o enredo. Se for para escolher odiar alguma coisa, eu escolheria a novela. Depois escolheria os que assistem a novelas. Depois os que as escrevem. Na verdade, eu até entendo os pobres dos caras que as escrevem, afinal, eu sou como um deles. Aposto que eles começaram como eu, cheios de esperanças e sonhos, querendo levar informação para o mundo. Mas o ser humano é bicho burro retado...
O trecho do livro que eu tô tentando escrever tá aí em cima. Aconteceu mesmo. Eu fui no médico, mas não o xinguei. Sou um cara polite, mas que deu vontade deu. Depois é que eu descobri que ociosidade é uma doença séria pra um cara que vive da criatividade. Ai eu fico assim, falando sozinho... Coisa de maluco.
(Ele senta em frente ao computador com um copo de conhaque na mão e um chiclete de nicotina entre os dedos. Olha pra tela. Bebe o líquido do copo dramaticamente e manda o mundo se foder.
"Calma, a morte ainda não o alcançou, você só está ocioso."
"Ocioso!? Seu médico xinfim! Profissionalzinho de araque. Filadaputa!!! Como eu pago uma consulta cara dessas pra você, seu bunda suja, me dizer que eu tô ocioso!? Eu trabalho naquele escritório seboso todo dia, me torturo pra pagar as contas do mês, e você me diz que eu tô ocioso... Diz pra mim onde cê comprou seu diploma, que eu quero um pra mim também."
"O senhor faz alguma atividade física prazerosa?"
"Não tenho tempo pra isso..."
"O senhor escreve? Exercita a sua criatividade?"
"Meu primeiro exercício criativo foi achar que o senhor ia me ajudar com o meu problema, doutor..."
"Vou lhe indicar um psicossomático leve e te dar o numero de um psicologo amigo meu."
"Qual é!? Virei maluco foi? Caralho, agora que eu vou virar médico mesmo."
"Senhor, de acordo com meu diagnostico visual, o seu problema é psicológico."
(...)
É chato quando alguém te interrompe quando você está escrevendo né!? Quem escreve sabe... Demora horas, dias, semanas (no meu caso) pra você chegar num ponto inspirado, e quando você o atinge, chega o cara que vai instalar a linha telefonica, ou o telefone toca, ou você fica com vontade de ir no banheiro... Isso quebra a criatividade. E eu preciso escrever. Se eu quiser ser um escritor e ganhar para fazê-lo, eu preciso escrever. E, infelizmente, eu não tô conseguindo.
Fiz um livro. Foi bom, tive de fazer mais tiragens. Me encomendaram outro. Fiz. "Superou expectativas", dizia a crítica. Agora tô empacado no terceiro. Aqui, com toda a facilidade do mundo, alcool e nicotina a mão, não sai nada que valha a pena. Mas também, nesse mundo de merda, quem é que vai ler o que eu tô afim de escrever!? Eu quero falar do jeito que todo mundo vai morrer daqui a 50 anos, do jeito que a Terra vai cagar a gente e como a gente vai descer ladrina abaixo no espaço sideral! Mas quem quer saber de morte!? Todo mundo só quer saber de vida, a linda vida que aparece nas telenovelas: típicas de quadrados semióticos.
Na verdade, quem inventou o quadrado semiótico (acho que foi o Greimas) é um belo de um filadaputa. É verdade, só pra facilitar a vida desses escritoreszinhos de merda, que colocam amor e ódio em cada ponta do quadrado e nem se importam com o enredo. Se for para escolher odiar alguma coisa, eu escolheria a novela. Depois escolheria os que assistem a novelas. Depois os que as escrevem. Na verdade, eu até entendo os pobres dos caras que as escrevem, afinal, eu sou como um deles. Aposto que eles começaram como eu, cheios de esperanças e sonhos, querendo levar informação para o mundo. Mas o ser humano é bicho burro retado...
O trecho do livro que eu tô tentando escrever tá aí em cima. Aconteceu mesmo. Eu fui no médico, mas não o xinguei. Sou um cara polite, mas que deu vontade deu. Depois é que eu descobri que ociosidade é uma doença séria pra um cara que vive da criatividade. Ai eu fico assim, falando sozinho... Coisa de maluco.
(Ele senta em frente ao computador com um copo de conhaque na mão e um chiclete de nicotina entre os dedos. Olha pra tela. Bebe o líquido do copo dramaticamente e manda o mundo se foder.
-Foda-se o mundo!!
Coloca mais conhaque no copo, joga o chiclete sem mascar no lixo, pega um cigarro na gaveta, acende, dá uma tragada-suspiro histórica e vai assistir tv no sofá, onde acaba dormindo.)
--
Ps.: a coisa do cara da linha telefônica aconteceu mesmo. O resto não, rs...
5 comentários:
O Ócio é foda! (desculpa depois eu posto algo decente, estou corrido agora, foi so pra mostrar presença mesmo =P ).
Kkkkkkkk!!! Te perdoo dessa vez Ti, e valeu pela visita, hehe!!
Bjão!
HuuuuRuuuuuu To aqui pra comentar
que nada mais importa!O q essa garota escreve é um teletransporte para um universo paralelo! ate aggora estou perdido no tal do ócio
ócio do ofício...
não me canso disso,
ócio criativo,
negócios lucrativos "para os outros"
e para nós?
após mandar o mundo se foder...
dormir!
isso, dormir!
(você descobriu a cura!)
vamos nos permitir um pouco mais de ócio...
podemos até nos tornar sócios nesse negócio algum dia...
e então, o que me diz?
negÓCIO fechado?
rsrsrs
menina tu me inspira demais
rsrsrs
Universo paralelo!? Wow!!!!
Que bom que você conseguiu chegar lá, rsrsrs...
Beijo Beh!!!
--
Huhuhuhuuu!!!
O ócio está em todo lugar e é meu tema preferido...
E como cê disse Besouro são mesmo os 'ócios do óficio', hehe...
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